segunda-feira, novembro 27, 2006
Câmara Ardente
Quero-te em câmara ardente
E conhecer o teu destino
Decidi-lo e perpetuá-lo
Realizá-lo antes de ti
Quero as sombras do passado
Aclarear em fogo ardente
Chorar-te e perder-te
Lembrá-lo quando o vivi
Encontrar a tua carne
O sabor do nosso leito
Ler na tua pele palavras
Que sorvo e seco em memórias
Aquecer o meu corpo
Na forja que é meu desejo
Não me enganas com o cheiro a mortulho
Teu corpo é quente o sangue fervilha-te nas veias.
Bizarra Locomotiva, “Bestiário”, 1998
Há pouco tempo vi os Bizarra Locomotiva ao vivo e fiquei fascinada! Grande trabalho de composição! Todos os poemas ferem a pele...
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